Os outros trazem alguns retratos nossos...

Por inúmeras vezes pude contemplar "minha vida" em canções de quem se quer sabe que existo, em palavras de quem está ao meu lado, mas não me conhece. Melodias, textos, roteiros, expressões das mais espontâneas já me disseram tanto sobre mim e traduziram tão bem realidades extremamente particulares, daquelas singulares mesmo, que cabem a nós e a quem íntima e essencialmente nos conhece. Partindo dos frutos destas minhas maravilhosas experiências de identificação, desejo que outros provem desta graça através de minha vida.

De fato, os outros podem trazer - e trazem - alguns retratos nossos...

Abraço fraterno,

Shalom a vós!!!


sexta-feira, 15 de abril de 2016

Me permiti

Me apaixonei pelo vento
Que soprou forte
Estremeci como navegante na tempestade

Fui seduzida pelo desconhecido
Ele sorriu para mim
Me entreguei como se fosse a única vez

Num instante quis tudo,
Me permiti, escolhi, dei e recebi
Não fugi, nem me preocupei
Nada poupei

Foi breve e esperado,
Mas não programado
Ora, contradito é o escondido

E o vento cessou
Ficou a feliz lembrança
E tudo passou
Breve como a infância

Deixei o vento soprar
Trazer e levar
Deixei o desconhecido sorrir
Amei e também sorri

Me permiti...

Se me perguntarem:
Mas se passou, de que valeu?

Valeu o excesso que o vento levou
O temor que despertou o ME

Valeu o sorriso do desconhecido
O brilho nos olhos
E a cor do meu sorriso

Valeu a paixão e o amor
Como vale uma aventura e a vida
A coragem de assumir riscos
Se entregar, viver

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

VERSOS PROVOCADOS

No mundo do NÃO IMPORTA O QUE,
Reina O QUEM, vive alguém
Seja à distância que for
Onde há amizade,
Não importa a quilometragem
Onde há amor,
Reside sempre a saudade
O outro é sempre
PORTO, descanso e partida
PORTA, entrada e saída
PERTO, dentro. Alento.
Por que cedo demais
Os nossos nos são tirados
Pela vida ou pelos sonhos
Daí a importância daquele EU TE AMO
Sempre atualizado e urgente
Repetido, recitado,
Até calado, mas sempre claro
Atualizado: sempre modificado.
Provado! Ferido, maturado.
Urgente! Impossível de ser adiado

Até quando se poderá falar?
Até quando respirar.
E quando o respiro faltar?
Deixe que a saudade que aperta o peito
E o choro calado na madrugada
Digam e gritem

O alguém amado ouça
E se não ouvir, o amor o alcançará
Pois no fim de tudo o que importa é o ser
E sendo amor, deixa-o apenas ser
E basta.


sábado, 5 de setembro de 2015

FRÁGIL!

Dia de número 14, estreia em João Pessoa!
A apresentação foi incrível! Tivemos desafios técnicos bem particulares, todos compensados pelos corações calorosos e cheios de coisas para partilhar conosco! Hoje tem mais! Ebaaaaa!

...mudando um cadin o assunto...
Sobre o "algo a dividir" de ontem, uma reflexão de ontem de manhã ao ver uma etiqueta colada numa mala, serei breve: por vezes, não importa o que haja na bagagem do seu coração, o quanto seja frágil e passivo de danos, nem sempre a vida tem cuidado contigo! Muitas vezes, nós mesmos precisamos esquecer fragilidades e seguir em frente!

BjoOto. Vou ali lutar por um sonho!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Partiu Jampa!

Estou nas nuvens aqui! Hahahaha... Resolvi aproveitar esse intervalo livre durante o voo para escrever um pouco. Bom, como diz o título estou a caminho de João Pessoa/PB, com a CIA. de Artes Shalom. Esse é o dia de número 13 da nossa turnê pelo Nordeste Brasileiro.
Bom... A ideia inicial era que esse espaço fosse um diário de bordo! Será que dou conta de escrever todos dias? Bem, me comprometo a tentar achar algo interessante para dividir com vocês. O mote de hoje é que esse é o primeiro trecho que fazemos via aéreo e eu, simplesmente, AMO voar!
Olhar pela janela e ver a cidade, que nos engole, bem pequenininha e toda a beleza do horizonte que faz qualquer problema tão pequeno quanto a cidade, enquanto a esperança e  a inspiração parecem tão grandes e fascinantes quanto o horizonte é realmente um respiro pra alma.

Bem-vindos ao #TinahNaEstrada!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O Lugar Onde Devo Estar

Estou tão perto,
Que sob meus pés está "O Lugar Onde Devo Estar"
Estou tão longe,
Que lugar nenhum é suficiente e me cabe em pensamentos e verdade
Estou tão pequena,
Que um lugar qualquer me serve de esconderijo
Estou tão grande,
Que tenho dentro de mim todos os sonhos que nunca sonhei

A certeza é tanta que estranho: quem não se acostumou a escolher
Só pode sentir o desconforto da escolha certa a fazer
A fraqueza é tanta que me lembro que os passos dados na estrada
Não permitem mais voltar: o lugar não será o mesmo, os pés também não
A volta não existe, o que há é sempre chegada, redescoberta!
É certa! Coberta, descoberta, esperta... Desperta. Roberta!

Estou tão perto que longe fiquei
Estou tão pequena que grande me tornei
Porque andei longe me aproximei
E porque me recolhi e escondi,
Deitei, adormeci, sonhei e cresci

Nada é tão certo quanto o agora
Nem tão incerto como em outrora
Tudo é bonito visto daqui e até aqui
Como será, então, depois dali?
Lindo quanto imagino, sofrido quanto espero?

É linda a estrada que só vai e não volta
Tem flores, cores, vida, beleza, caminho
É estreita a estrada que só vai e não volta
De curvas suaves e fechadas,
Longas retas e muitas subidas

A certeza é uma e está sob os meus pés:
Na habitação deste Lugar Onde Devo Estar
Irei até depois dali para ver como é
No rumo incerto, o certo: na coerência do coração
Lembrando do que sonhei quando deitei e adormeci

Na coragem de quem está perto
Na saudade de quem está longe
Na pequenez de quem se enxerga
Na grandeza de quem existe
Irei até depois dali para ver como é

Não sei se até aonde vai, para mim, essa estrada que só vai e não volta
Importa que até aqui tudo tem sentido, tem valido
Não importam quanto serão os passos,
Quantas curvas, as dores, as cores e flores
Importa o que levo comigo e o que, no caminho, tenho aprendido

Vou! E levo comigo nada e todos
Irei até depois dali para ver como é
Vou! E levo comigo nada e todos
Irei até depois dali para ver como é
Levo-os comigo sem nada e sem todos



segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Henrique! Henrique do brilho nos olhos...

Domingo, 14/12/2014, aeroporto de Congonhas em São Paulo - SP. 
Estava esperando o ônibus que faria o trajeto até Campinas, de onde sairia o meu voo. Sentia uma inquietação sem fim, como ainda faltava mais de 30 min para o horário de partida do ônibus, resolvi ir tomar um café pra ver se melhorava a estranha sensação. Peguei meu pedido e fui me sentar. Um pouco depois, tentando pedir algo para um outra moça, vi um menino, um adolescente, morador de rua, evidentemente. Não eram 06h ainda, cedo demais para, em pleno domingo, um menino estar por aí sozinho. Fiquei observando como fora tratado, me apertou o peito aquela cena que deve ter durado uns 2 minutos e me encheu de questionamentos e perguntas e umas poucas respostas, como uma colocação de 2h de alguém muito sábio. Me levantei, fui até ele e perguntei se estava com fome e se aceitava um lanche, a resposta com sorriso largo: "Sério? Daquele alí?", sorri e disse que sim com a cabeça. Comprei algo e pedi que ele se sentasse comigo. Ele hesitou muito, mas insisti e ele veio. Disse que os funcionários da lanchonete poderiam brigar com ele, por isso ele estava sentado no cantinho, aonde não conseguiam vê-lo. Tinham algumas pessoas por perto, me lembro de um rapaz que nos olhou, levantou-se e mudou de lugar. Que pena! Se tivesse ficado mais perto talvez teria enxergado o brilho nos olhos do meu novo amigo. Brilho esse que não vou esquecer nunca! 
Henrique tem 15 anos, disse que mora no aeroporto desde os 13, me contou com muita naturalidade a sua história, com muitos fatos em comum com outros inúmeros relatos de crianças e adultos na mesma circunstância social. O que me fascinou nele foi, como diz o título deste relato, o brilho nos olhos dele. Nem a roupa suja, tão suja quanto o desdém com que a sociedade o trata e trata a tantos outros. Nem o cheiro, que não era pior que o mal cheiro da indiferença e falsa superioridade a que somos levados pelos padrões e as posses. O BRILHO NOS OLHOS! O brilho nos olhos dele!
Eu tinha acabado de chegar de um show, uma missão com o Levada do Alto. Sinceramente, não estava numa noite de grande entusiasmo, cansada e um pouco deslocada por algumas questões pessoais. Tivemos algumas dificuldades com limitações técnicas e humanas nesse show, mas deu certo. Vivemos na alegria de estarmos juntos e de olhares que se compreendem a missão de evangelizar os jovens. Depois do show, me deixaram no aeroporto e foram embora.
Lá, sentada com o Henrique, então, me lembrei de algo que tinha pedido a Deus enquanto entregávamos nossa viagem até o local do evento e toda aquela madrugada de evangelização. Me lembro de ter pedido forças a Deus e a graça de provar de uma novidade na experiência com Ele e com a missão. Foi uma oração breve, muito simples, muito sincera também. Enquanto estava ali com o meu novo amigo, o ouvia falar de como eram os seus dias morando ali e respondia algumas perguntas sobre a minha vida e o meu trabalho, encontrei uma grande resposta para minha breve oração da noite anterior: o que é a missão, senão o dispor de si para a vivência da vontade de Deus? Bendita inquietação que me fez desviar do meu caminho, parar para um café e me encontrar com Jesus! Sim! Para mim o que aconteceu foi exatamente isso: me encontrei com Jesus Pobre ali! Tomamos café, partilhamos o pão e a vida, rimos, conversamos muito e ele ainda me acompanhou até o ponto depois. Ah, sim! Desisti de ir pra Campinas, tive certeza de que o que precisava viver era aquilo ali, aquela experiência. A inquietação desapareceu, ficou o sono, o cansaço e uma alegria sem fim. Do Henrique precisei me despedir, mas das marcas que ele deixou na minha vida, espero não me esquecer jamais!
Certamente o meu Natal e a minha vida, foram salvos pela partilha de um pobre que sem pensar no amanhã busca viver o hoje com a simplicidade de quem não tem, talvez, a ciência, mas a consciência de que o que temos é o hoje e precisamos saber vivê-lo. Espero encontrá-lo outra vez ainda e tê-lo feito algum bem, ainda que o que ele me fez tenha sido infinitamente maior. É só o que fica no fim da vida: o que de bem fizemos aos outros.
Não conseguimos fazer uma selfie, mas não esquecerei do rosto do meu amigo Henrique. Embora quisesse poder partilhar com vocês daquele brilho nos olhos, coisa de gente pura, de gente de bem. Não sei se ele algum dia vai ler isso aqui, é provável que não, mas mesmo assim, vou dizer: muito obrigada meu amigo! Acredito que, algumas vezes, Jesus nos aparece na vida, encontrei Ele nos seus olhos e no seu sorriso.


Que venha o Natal e que o Menino Jesus aceite nascer na pobreza do meu coração tão rico de falsos bens...

Feliz, Santo e Verdadeiro Natal! SHALOM!

Ah... Esteja atento! Pode ser que você também receba uma visitinha... rs

 

domingo, 11 de maio de 2014

Dia das mães - Dia de tanta saudade

Por saudade não entendo o arrependimento de não ter sido
Por saudade não tenho a tristeza de não ter vivido
Por saudade: a presente ausência de quem,
Sendo quem e como era, FICOU. Por SER.
Todo dia é dia de quem se ama,
Toda a vida é pouco tempo quando o amor existe.
Tenho aqui muitas saudades
E cada saudade é uma
Saudade de ontem, saudade de outrem.
Uma saudade hoje, no entanto, é maior.
Maior que a capacidade de dizer,
Maior que a possibilidade de saciar
Maior que eu e do que possas imaginar
Saudade de você, mãe,
Que se foi e levou-me contigo.
Saudade de você, mãe,
Que ficou e deixou-se comigo.
Saudade de você, mãe,
Que “aparece” em mim de surpresa
E que comigo, será sempre.
Mulher de poucas palavras,
Que versos me inspira
Mulher de muitos atos,
Que prosas de vida escreveu e que,
Com o passar do tempo sou mais capaz de ler.
Saudade de você, mãe,
Que se foi e levou-me contigo.
Saudade de você, mãe,
Que ficou e deixou-se comigo.
Saudade de você, mãe.
Saudade de você...