Os outros trazem alguns retratos nossos...

Por inúmeras vezes pude contemplar "minha vida" em canções de quem se quer sabe que existo, em palavras de quem está ao meu lado, mas não me conhece. Melodias, textos, roteiros, expressões das mais espontâneas já me disseram tanto sobre mim e traduziram tão bem realidades extremamente particulares, daquelas singulares mesmo, que cabem a nós e a quem íntima e essencialmente nos conhece. Partindo dos frutos destas minhas maravilhosas experiências de identificação, desejo que outros provem desta graça através de minha vida.

De fato, os outros podem trazer - e trazem - alguns retratos nossos...

Abraço fraterno,

Shalom a vós!!!


sábado, 5 de novembro de 2011

E se...

Inaugurando uma nova "modalidade" de postagem aqui no blog! Espero que gostem...


Dedico à Julia Barbosa esta postagem por ser a primeira de uma sugestão já feita por ela há algum tempo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Palavras, costumes e amor - Ressignificando o cotidiano

Não temo que as palavras diminuam, temo que elas se acabem, se esgotem... As palavras limitam em expressões insaciáveis de uma vida, de um sentimento, de experiências intensas demais para serem descritas com exatidão. As palavras limitam, mas ainda assim expressam, dão margem, direção, apontam o que é e vai além do que, simplesmente, se vê. Eu temo sim o costume, mais do que a ausência das palavras, porque o silêncio pode dizer muitas coisas, ser fecundo, cheio de respostas, ou abrigar a necessidade de calar-se para ser capaz de amar de verdade, mais e melhor. O costume ao qual me refiro, é o primeiro passo para perder o encanto, a capacidade de encantar-se, a competência de contemplar o belo, o outro, de descobrí-lo, de amá-lo. O costume não permite amar, nem ser amado! O costume em ouvir as palavras que, por serem limitadas, se repetem por algumas, muitas vezes ou por toda a vida, faz com que estas não tenham seu sentido, significado e intensidade atualizados. É não saber que o "eu te amo" de hoje, é diferente do de ontem, é mais maduro, é mais provado, mais doído, mais autêntico... O homem está sempre em processo de crescimento. A vida é um ciclo em constante mudança, um processo de maturação e descobertas sobre si, sobre o Amor e o outro, que se estenderá até o último suspiro do ser vivente. Para o coração que ama é necessária a clareza de que se pode amar mais, de que o amor não é findado, não é mensurável, não é perfeitamente exprimível. É uma grande tolice permitir que aconteça com os gestos simples do cotidiano, como chegar em casa e encontrar tudo arrumado, a comida pronta, a roupa bem cuidada, perfumada e passadinha, e não perceber quanto amor há alí, talvez o amor da mãe, o cuidado da avó, ou a atenção e dedicação de uma pessoa que fora contratada para isto! Se não estou equivocada, Heráclito dizia que "um mesmo homem não pode atravessar o mesmo rio duas vezes", e nesta citação ele se referia, de forma brilhante, diga-se de passagem, ao fato de que estamos em "processo de feitura"! Mesmo que o homem voltasse a atravessar o rio, este já não seria "o mesmo" por estar sempre em movimento, e nem o homem poderia ser "o mesmo", pois já teria mais experiência, já estaria mais velho, ainda que poucos minutos ou algumas horas, já teria experimentado de outras sensações, outros pensamentos já lhe teriam ocorrido como a água do rio que corre. Saber o valor das palavras ditas e/ou não ditas, é como ter acordado pela manhã e já se deparado com a mesa posta, o café fresquinho e quente a lhe esperar, por toda a vida e um dia, ao acordar, ver que a mesa está vazia, o café não está pronto e lembrar-se com saudades do tempo que hoje é passado, só então, muitas vezes, é possível saber o valor das palavras contidas no gesto silencioso de tantos anos, nas palavras não ditas repetidas por tantas e tantas vezes... Saber o valor das palavras ditas e/ou não ditas, é como passear durante uma noite de céu deslumbrante e não notar o amor que há naquela quietude, no brilho das estrelas ou na majestade de uma lua cheia, é não saber que tudo isto fora preparado pelo Amor...

Quero amar sem costumes sempre! Quero ser sempre surpreendida pela novidade do Amor e do amar. Gostaria de ser capaz de expressar de formas diferentes, caso não consiga palavras melhores e mais adequadas, não me fartarei em dizer um "eu te amo" cá e outro lá, aos meus amados, sempre que me for oportuno!

Shalom!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sem título, mas cheio de verdade

Queria ter palavras belas que formassem lindos versos, melodias envolventes que arrancassem suspiros... Queria ter a voz cheia de doçura e o olhar de brilho incomparável, mas o que hoje tenho é o silêncio tantas vezes cortante, a melodia que brota menor, triste... A voz rouca, fraca. O olhar distante, vagando por rumos desconhecidos, desacompanhado... A vida que anda por caminhos indesejados: que não seja sem sentido, que não doa por doer, que ainda seja capaz de amar este coração que em meu peito bate! Que passe! Mas que eu viva este tempo agora... Que eu tenha coragem de vivê-lo... Que o sorriso sincero retorne e tome meus lábios! Que o que é maior que eu e minha limitada compreensão dê sentido à minha vida, às minhas lágrimas. Que o sorriso sincero retorne e tome meus lábios e o louvor ao meu coração! Ainda que doa, ainda que me rasgue, ainda que eu não queira, e tantas vezes não tenho querido, tantas vezes não tenho escolhido. Que seja maior em mim o que é maior que eu! Que rasgue o solo seco da minha vida as raízes da alma fincadas no essencial...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Estou com saudades

Saudades de tanta coisa, de tanta gente, saudades do gosto da eternidade, saudades do amor, saudades dos amados, saudades da tão querida felicidade!
Saudade de olhar nos olhos, de ter coragem de ser e amar, saudade do que é bom, do que constrói, do que me faz ultrapassar meus limites e andar a passos mais firmes... Saudades de olhar além mim, de ter coragem de ler algumas palavras, muitas ou poucas, e deixar que elas me alcancem, sem o receio de que vai doer, sem o pensamento de que, mais uma vez, vai sangrar...  Saudade de deixar o meu olhar ser encontrado por quem o procura, de deixar que ao meu coração cheguem as vozes, saudade de deixar, e ser capaz de, meu coração reconhecer a voz que fala, que sussurra.  Saudades eu tenho de tantas coisas...  Saudades da decisão, da renúncia, saudades do Amor...