Os outros trazem alguns retratos nossos...

Por inúmeras vezes pude contemplar "minha vida" em canções de quem se quer sabe que existo, em palavras de quem está ao meu lado, mas não me conhece. Melodias, textos, roteiros, expressões das mais espontâneas já me disseram tanto sobre mim e traduziram tão bem realidades extremamente particulares, daquelas singulares mesmo, que cabem a nós e a quem íntima e essencialmente nos conhece. Partindo dos frutos destas minhas maravilhosas experiências de identificação, desejo que outros provem desta graça através de minha vida.

De fato, os outros podem trazer - e trazem - alguns retratos nossos...

Abraço fraterno,

Shalom a vós!!!


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Deixei para amanhã...

Já deixei para amanhã
O que poderia fazer hoje
Eu já deixei para amanhã
Já deixei a inspiração para amanhã
Quando o sono bateu
Já deixei para o próximo ano aquele presente
Por acreditar que fosse tarde demais
Já deixei para a próxima comemoração
Aquela música, aquelas palavras, aquela poesia
Já deixei para o futuro
Opções que teriam mudado o passado
Transformado o presente
E formado um hoje diferente
Já deixei para dizer amanhã
Que sonhava com um recomeço
E vivi intermináveis fins sem começo
Já deixei para acreditar depois
Porque hoje é sempre tão complicado
Já deixei tanto pra trás
Ainda trago tanto comigo
Quero, no entanto, ser capaz de aspirar,
Assumir e sonhar de novo, com o novo
Quero ser feliz sem deixar para amanhã
Porque amanhã não existe ainda
E é sempre tarde e incerto demais

    

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Viver, Lutar e Sonhar

Descobri que a vida é tão feita de sonhos,
Quanto feita de vida.
Entendi que a vida é tão cheia de lida,
Quanto cheia de vida.
O trabalho de nossas mãos é lição
De que o labor traz sustento
Do amor ao ser,
Na dor, do viver,
Ao jovem vigor
Ao maduro o perder
Tudo faz sentido quando a alma se prostra
Quando para o céu azul, o olhar se volta
O medo de ser pequeno demais 
É sempre nada
No final da noite, 
Quando a escuridão se rende à manhã 
E a solidão dá lugar à luz que não se apaga
E os raios da esperança
Tocam a face de pequenos e grandes
Dando à todos a oportunidade de VIVER, LUTAR e SONHAR

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Nada é igual e nem tudo passa

Nenhum amigo é como outro
Nenhum canto é como outro
Nenhum tempo é como outrora
Talvez nem tudo passe
O que é verdade permanece
Creio que o que importa, desenvolve-se, 
Não deixa de existir
Como o amor amadurece
Com convívio e saudade
A música da vida se aprimora
Com silêncio e escuta
Os sentidos se renovam e se perdem
E se perdem e se renovam 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Maior

Maior do que o medo
Maior do que a dor
Maior do que eu
São teus planos de amor

Maior que meus limites
Maior do que o que sei
Maior do que eu sinto
O melhor que posso ter

Tua vontade em em mim
Beleza sem fim
Livre escolha de amor
De me fazer mais quem sou

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Hoje


Hoje eu só quero ser feliz
Aqui, assim ou vivendo por um triz
Hoje eu quero ver o sol nascer
Por poesia, na espera de uma melodia ou por prazer,
Hoje eu quero encontrar um olhar amigo
É sempre bom saber que há alguém consigo
Hoje quero não rimar se não quiser
Quero poder sonhar sem me preocupar
Quero escolher o que me aprouver
E que me agrade o belo
E que, apenas ele, me atraia
Que entre nós haja sempre um elo
Ele que me encanta
Eu que, para ele, me entrego
Como começo sem fim
Como poema de amor em mim
Como chama que não se apaga
Hoje eu só quero ser feliz
Aqui, assim ou vivendo por um triz

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Caminhos, estradas e lugar algum

Sempre achei que um caminho deveria levar a algum lugar, sempre achei também que uma estrada sempre chega a um determinado fim. Mas o que hoje vejo é que talvez o caminho seja tão longo que pareça não chegar nunca ao seu final e que as estradas muitas vezes mudam de nome, cortam cidades, estados e regiões inteiras apenas mudando ou não a paisagem e quilometragem, por vezes até o nome. Mas, nada mais é do que a mesma estrada em outro tempo e lugar. Parece que não se chega a lugar algum, olhando daqui. O horizonte é tão cheio do cinza cercado por uma paisagem "vazia", inabitada. Quando não, o que vejo é uma areia fina, aparentemente quente, um amarelo que cansa a vista e testa a esperança. Quando olho para trás, para um passado próximo e, de certa forma, ainda presente, vejo um caminho que há tempos começou e ainda não chegou a lugar algum, vejo uma estrada em que muito andei, vejo sim - e sinto - os "pés cansados" da longa caminhada. Vejo as marcas das "duras pedras" já pisadas, sinto as dores que me causaram. Já ouvi outros cantarem dores semelhantes, já cantei, já ouvi sem cantar, apenas tentando absorver, aprender e compreender. Quando me cansei de andar pela estrada, talvez por conta do cinza que desagrada os olhos e entristece o coração de quem gostaria de ter experiências alegres e cheias de vida, andei pela areia fina, é realmente quente, embora não se veja o sol daqui, o calor é intenso e exigente. A estrada cinzenta ficou de lado, até mesmo para trás, resolvi esquecer o "adiante" e percorrer um pouco mais em outra direção, na tentativa de encontrar algo que "valesse à pena", que, ao menos, parecesse mais agradável aos olhos e coração. Nada é novo e mais bonito por aqui, embora tenha visto umas pequenas plantas que, persistentes e resistentes, sobrevivem de forma incrível. Encontrar esses pequenos sinais de vida, de forma suave, amenizaram o amarelo desértico e desanimador e me fizeram pensar que havia motivo para lutar, para persistir. Haveria uma razão para percorrer aquele caminho, para andar por aquela estrada. Haveria um sentido, embora não o conhecesse, pude pensar novamente que um dia o horizonte não seria mais cinza-tristonho ou amarelo-desesperançoso, pude pensar e até sonhar que "entraria no mar" ou correria por algum lindo jardim, cheio de lindas flores, árvores, que voltaria a algum lugar depois de tudo alí. Que encontraria e reencontraria lindos rostos, felizes existências e com eles seria, também eu, feliz. Foi assim que resolvi voltar à estrada, desejando percorrê-la com a lembrança das persistentes e resistentes plantinhas que me ajudaram a ver além do que era pálido, sem beleza e até mesmo ofensivo e/ou desagradável e sofrido.. As plantinhas não eram bonitas, mas, mesmo em meio à tanta secura, havia vida nelas, uma vida de quem sabe beber quando é tempo de beber e sobreviver quando é tempo de secura e solidão. Espero que a lembrança dessas plantinhas me ajudem a reencontrar a estrada e a retomar o "adiante" deixado de lado outrora.