Os outros trazem alguns retratos nossos...

Por inúmeras vezes pude contemplar "minha vida" em canções de quem se quer sabe que existo, em palavras de quem está ao meu lado, mas não me conhece. Melodias, textos, roteiros, expressões das mais espontâneas já me disseram tanto sobre mim e traduziram tão bem realidades extremamente particulares, daquelas singulares mesmo, que cabem a nós e a quem íntima e essencialmente nos conhece. Partindo dos frutos destas minhas maravilhosas experiências de identificação, desejo que outros provem desta graça através de minha vida.

De fato, os outros podem trazer - e trazem - alguns retratos nossos...

Abraço fraterno,

Shalom a vós!!!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O Lugar Onde Devo Estar

Estou tão perto,
Que sob meus pés está "O Lugar Onde Devo Estar"
Estou tão longe,
Que lugar nenhum é suficiente e me cabe em pensamentos e verdade
Estou tão pequena,
Que um lugar qualquer me serve de esconderijo
Estou tão grande,
Que tenho dentro de mim todos os sonhos que nunca sonhei

A certeza é tanta que estranho: quem não se acostumou a escolher
Só pode sentir o desconforto da escolha certa a fazer
A fraqueza é tanta que me lembro que os passos dados na estrada
Não permitem mais voltar: o lugar não será o mesmo, os pés também não
A volta não existe, o que há é sempre chegada, redescoberta!
É certa! Coberta, descoberta, esperta... Desperta. Roberta!

Estou tão perto que longe fiquei
Estou tão pequena que grande me tornei
Porque andei longe me aproximei
E porque me recolhi e escondi,
Deitei, adormeci, sonhei e cresci

Nada é tão certo quanto o agora
Nem tão incerto como em outrora
Tudo é bonito visto daqui e até aqui
Como será, então, depois dali?
Lindo quanto imagino, sofrido quanto espero?

É linda a estrada que só vai e não volta
Tem flores, cores, vida, beleza, caminho
É estreita a estrada que só vai e não volta
De curvas suaves e fechadas,
Longas retas e muitas subidas

A certeza é uma e está sob os meus pés:
Na habitação deste Lugar Onde Devo Estar
Irei até depois dali para ver como é
No rumo incerto, o certo: na coerência do coração
Lembrando do que sonhei quando deitei e adormeci

Na coragem de quem está perto
Na saudade de quem está longe
Na pequenez de quem se enxerga
Na grandeza de quem existe
Irei até depois dali para ver como é

Não sei se até aonde vai, para mim, essa estrada que só vai e não volta
Importa que até aqui tudo tem sentido, tem valido
Não importam quanto serão os passos,
Quantas curvas, as dores, as cores e flores
Importa o que levo comigo e o que, no caminho, tenho aprendido

Vou! E levo comigo nada e todos
Irei até depois dali para ver como é
Vou! E levo comigo nada e todos
Irei até depois dali para ver como é
Levo-os comigo sem nada e sem todos